Análise: o que esperar do grau de dificuldade da 2ª fase da OAB?

Quinta, 25 de agosto de 2022

Será que a próxima 2ª fase vai ser boa? Será que tudo vai dar certo?

Pela ansiedade de muitos em saber como será a peça da 2ª fase, assim como em razão da percepção de que a 1ª foi foi difícil, logo, a 2ª fase também poderia ser complicada, geram um natural receio quanto ao que virá no próximo dia 28/08.

O que é uma 2ª fase difícil, aliás?

Temos duas formas de enxergar isso:

1 - A primeira é pelo viés estatístico. Quando a aprovação, dentre os candidatos inscritos na 2ª fase, é de 40%, a prova é considerada muito difícil.

Existem 3 balizas, na minha experiência e percepção, para avaliar se uma segunda fase prestou ou não. Através dos muitos anos de análise e avaliação estatística, cheguei a seguinte conclusão quanto ao nível de dificuldade e feedback dos candidatos em relação a uma prova subjetiva:

40% de aprovação - Prova difícil

45% de aprovação - Prova "normal"

50% de aprovação - Prova boa/justa

E como foram as últimas correções?

As últimas provas diferiram bastante do que costumava aconteccer.

No XXXII tivemos 43.327 aprovados, o que representou um percentual de 21,66% entre os inscritos.

Já no XXXIII foram 49.686 aprovados, recorde absoluto no Exame de Ordem, em um percentual de 32,85% de aprovação.

Vamos agora aos números do XXXIV, a última edição:

Foram ao todo 124 mil inscritos naquela edição.

Foram aprovados na 1ª fase 28.508 candidatos, e com os candidatos da repescagem tivemos um total na 2ª fase de 56.911 aprovados.

Com a divulgação do resultado preliminar no dia 17, o total de aprovados na 2 fase foi de 22.803 candidatos.

Destes, 24.588 foram aprovados no XXXIV.

Nitidamente bem abaixo das duas edições anteriores. 

Agora, no 35, temos 70.800 candidatos que irão fazer a prova da 2ª fase, incluindo aí os aprovados na 1ª fase e os candidatos da repescagem.

Neste 35º Exame de Ordem temos 13.889 candidatos a mais do que o XXXIV.

Mais candidatos representam uma prova potencialmente pior?

A resposta é NÃO!

O próprio XXXIV é prova disto. Aprovou bem menos que o XXXII e o XXXIII e teve uma 2ª fase pior que essas duas edições.

O fato é: desde o XX Exame só tivemos 3 edições verdadeiramente ruins da 2ª fase: o XXVII, XXX e XXXIV. O resto foram provas boas.

Não há motivo algum para achar que a prova do 35 vai ser pior. Estatisticamente falando, inclusive.

Alguns pontos que você deve observar bem:

O primeiro, e que assusta mais, é a probabilidade de uma peça inédita em qualquer disciplina.

Provas inéditas costumam de fato atrapalhar os candidatos. Daí a premissa de se estar pronto para qualquer cenário.

O segundo está na correção das provas: sempre problemática.

A FGV está longe de um nível que podemos chamar de adequado, e isso atrapalha muito os candidatos.

Quanto ao primeiro problema a solução - única - é exaurir todas as possibilidades, ou seja, estudar tudo.

Quanto ao segundo problema, o jeito é fazer uma prova bem apresentada, estaticamente clara e, óbvio, correta sob o prisma técnico.

De toda forma, espero boas provas no domingo. Em breve descobriremos!