A imagem acima é o reflexo, sem dúvida, de uma situação de conformismo com o contexto da advocacia nos dias de hoje. Uma advogada enviou um mail para um colega perguntando quanto ele cobraria para fazer uma diligência e ele avaliou o próprio serviço em apenas R$ 15,00, mais R$ 0,15 por cópia.
Não é necessário entrar no mérito sobre a atual realidade do mercado. Já tratamos disso várias vezes aqui no Blog, mostrando por A mais B como a oferta e a demanda forçam os salários e honorários para baixo, precarizando as relações entre contratantes e contratados. Isso sem contar com a atual realidade econômica, responsável por reduzir drasticamente oportunidades e esmagar os valores ofertados nas relações contratuais.
Mas, apesar dos pesares, nenhum profissional pode proletarizar sua p´ropria profissão e, em especial, sua carreira. O contexto é ruim, mas se CONFORMAR a ele é muito pior, pois isso tem o condão de amoldar a própria percepção do que é o mercado, impedindo o profissional de crescer.
É válido o argumento de que ao se cobrar pouco em algumas oportunidades, mais para frente, no futuro, as chances de se conseguir um contrato maior e mais interessante crescem. Mas é válido até certo ponto. A regra da vida é um tnto quanto cruel: se uim profissional é visto como mão-de-obra barata, ele automaticamente passa a ser visto também como mão-de-obra DESQUALIFICADA. E isso é péssimo para a carreira.
Vejam a imagem abaixo:
Sim, é isso mesmo que vocês estão pensando: um escritório anunciando seus serviço em um site de compras coletivas. É bizarro, deprecia imensamente a profissão, mas é algo não tão raro assim. Aliás, tem se tornado algo bem mais comum do que deveria.
Pode funcionar para suprir necessidade mais imediatas e básicas, mas é um tiro no pé se pensarmos em termos de carreira e futuro.
Não há futuro e nem carreira para quem sabota dessa forma o início da profissão: é preciso ser durão, é preciso suportar as adversidades para construir, acima de tudo, um elemento vital para a carreira, que se chama reputação.
"Mas Maurício, você não vai pagar as minhas contas!"
Não, não vou, mas isso não invalida a tese. Tratar da imagem é fundamental para ser reconhecido. De que adianta ser um bom profissional, aguerrido e técnico, se a imagem passada é a de "pedinte?"
Vejo a OAB fazer campanha para se cobrar por consultas, por exemplo, mas quando é que um cliente paga sem chorar por uma consulta? Quando a fama do profissional o permite. Quando a condiução de especialista o coloca como referência para resolver um determinado problema. É assim que as coisas funcionam.
Para ser valoriza, vocês precisam se valorizar.
Do contrário, tudo fica mais difícil e crescer profissionalmente demora muito, mas muito mais.